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duasmulheresemeia

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Mãe, Pai, Cresci!

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 Longe vai os tempos em que era apenas um pequeno embrião no ventre da minha mae, acariciada pela grande mão do meu pai.

Longe vai os tempos em que era uma recém-nascida, amamentada pela mãe, chorando por ter fome, por ter dores, porque sim e porque não (e não era capaz de dizer o porquê de tanto choro).

Longe vai os tempos em que mal chegava aos pedais da bicicleta e o mais longe que podia estar de alguém era do quarto para a cozinha.

Longe vai o tempo em que a face era coberta de acne e a vinda do período menstrual pela primeira vez foi um horror, um susto de morte.

Longe vai o tempo em que a troca de escola, a separação dos amigos de infância e a escola de um curso para secundário era a maior preocupação de todos os tempos e o terror de todos os terrores.

Longe vai o tempo em que a escolha de uma profissão, a entrada para uma universidade e a separação (mesmo que provisória) dos pais parecia o pior medo e a pior escolha a ser feita.

Longe vai o tempo em que a vontade de fazer tudo bem à primeira, ser a melhor em tudo e fazer apenas o que gostava era uma realidade.

Longe vai o tempo em que era criança, adolescente, jovem-adulta. Longe vai o tempo em que era uma preocupação para os meus pais, ou assim deveria ser. Já não sou uma criança, já não preciso de ajuda constantemente ou que resolvam os meus problemas, não preciso que me digam o que devo fazer ou o que deveria fazer porque é o melhor para mim.

Mas, continuo no tempo em que os meus pais acham que ainda sou um “bebé”.

Continuo no tempo em que a minha mãe me faz mil e duzentas recomendações antes de sair de casa, ou me liga de 10 em 10 minutos se demoro muito a chegar a casa.

Continuo no tempo em que o meu pai acha que ainda não sou capaz de fazer uma grande viagem, pois passarei muitas horas a conduzir ou não conheço mais ninguém.

Acho que ficaram no tempo em que querem e continuam a tomar conta de mim, não querem que cresça, não querem que me “desapegue” deles, porque serei sempre, uma eterna criança.

Mas já não sou uma criança, cresci e continuo a crescer, todos os dias um pouco mais, todos os dias um pouco mais culta e adulta. Cresci desde o tempo em que precisava de proteção e aconchego e continuarei a crescer, mas os meus são os únicos que parecem não entender.

Mas admitindo, a realidade é que, apesar de não parecerem ver-me a ficar cada vez mais velha, cada vez mais crescida, eu adoro continuar a ser a sua criança, a ser a menina que precisa de apoio e proteção, adoro continuar a sua pequena filha!

Eu cresci mas continuarei a precisar deles junto de mim!

 

Cudgi <3

 

 

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